Reflexão apresentada em celebração da Diocese Episcopal Anglicana de São Paulo por ocasião da sexta feira santa.
Queridos irmãos, queridas irmãs,
O Espírito aqui descrito é, em grego, pneuma. Trata-se, portanto, de algo profundamente impregnado e interlaçado na humanidade e na própria corporalidade de Jesus. Espírito que é vento, respiração, força vital e processo dinâmico que molda o interior do ser humano. Jesus, que fora tentado no deserto a mostrar sua face poderosa, acabara de ser novamente tentado por Pilatos e seus soldados a se livrar milagrosamente de forma a demonstrar uma face manifestadamente poderosa. Ocorre que o Deus de Jesus, aquele da cruz, não é manifestado no poder, mas no serviço – como nos lembra a celebração de quinta feira santa – e serviço dos mais humildes escravos, condição e caminho para a felicidade humana.No momento em que a mensagem de Jesus é difundida como vitoria e e conquistas de desejos egoístas, a igreja deve lembrar, relembrar e testemunhar em todas as formas e ocasiões que seu caminho é o da cruz, do serviço radical, caminho de discipulado e de felicidade. A entrega de Seu Espírito é apenas a última e derradeira entrega de todo o seu Ser ao Pai que lhe ressuscitará.
No momento em que há tantos e tantas esquecidos, oprimidos, sofridos e marginalizados – aqui e por todo o mundo – que carecem de esperanças, significados e condições dignas de vida, possamos também nós entregarmos nosso Espírito – corpos, braços, pernas e sobretudo nosso coração – para levar Sua mensagem e –mais do que isto – sermos, por onde andarmos e olharmos, Evangelho / Boa Notícia.
Nós, como Igreja, comunidade amorosa e humilde seguidores do Cristo Sofredor ressuscitado possamos, nesta Páscoa e pela eternidade testemunhar seu amor, ressurreição e Presença.
Que a graça de Deus nos ampare, guie e encoraje, sempre fiéis a Seu caminho.
Que assim seja, Amem.
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