Tivemos a honra de participar do Concilio da diocese de são Paulo da Igreja Anglicana que se encerrou neste sábado, onde foi eleito o Sr. Reverendo Flavio Irala para ser o novo bispo de nossa diocese, em substituição ao Sr. Reverendíssimo bispo Dom Roger Bird que em janeiro se aposenta. Esperamos que o Espirito Santo de Deus esteja a seu lado iluminando seus passos, para que possamos servir com alegria e devoção ao Senhor por todos os recantos em que passarmos.
Meus
irmãos, minhas irmãs,
A Palavra
de Deus nos fala hoje para sermos fortes, mesmo em uma situação de dificuldade.
Foi escrita em um momento de extrema dificuldade na história do povo de Israel,
no pós-exílio, como povo dominado e explorado e pedia uma atitude de esperança
perseverante.
Na
belíssima carta de Tiago Deus nos fala com simplicidade que o caminho do Senhor
está escrito numa lei que é liberdade porque construída com amor, com escuta e
acolhimento do outro e do diferente. A liberdade é construída com a doçura do
amor e do testemunho do cuidado mútuo, do serviço, da fraternidade. O texto
exemplifica nos falando da caridade e ponderação no falar, mas também no
socorrer os órfãos e viúvas em aflição e dor.
Queridos,
o evangelho deste dia nos fala de um surdo que falava com dificuldade que foi
curado por Jesus. Pediram para que Jesus o curasse no meio do povo, por
imposição das mãos. Jesus o faz de forma discreta, sem agir no meio de todos,
sem deixar marcas e espetáculos. Jesus o afastou da multidão, olhou dentro dos
seus olhos – em plena relação e comunhão amorosa. Jesus ainda insistiu para que
não falasse nada a ninguém. Fez isto, segundo os biblistas, pois não quer que o
identifiquem com um projeto messiânico de caráter davídico – em que o messias
seria um rei poderoso como Davi, mas como vai paulatinamente desvelando por
todo o Evangelho de Marcos, como um Deus servo sofredor. O toque de Jesus, a
experiência direta com Ele – ontem como hoje – pode e deve fazer com que nos
deliciemos em falar, cantar e testemunhar Seu amor, com atos, palavras e a
entrega de toda a nossa vida.
Ocorre,
porém, que isto só é possível se nos afastarmos da multidão, do burburinho, da
agitação, do consumismo, da liquidez que faz escorrer a vida e a nossa
humanidade. É preciso nos retirarmos do mundo insensato do poder, da
arrogância, da “felicidade” comprada e vazia. É preciso cultivarmos o silêncio,
silêncio em que se faz o vazio para que Deus nos fale e possamos ouvir. Ouvir
Sua voz, vermos a concretude de Sua presença, nos deixarmos tocar, abraçar,
acolher. Sentir nossa pequenez, nossa fragilidade, nossas dificuldades bem
concretas e humanas.
Mergulharmos.
Permitir
que Deus nos olhe, ampare e use para Seu serviço sabendo que Sua graça nos
conquistou e haverá de guiar os passos de Sua Igreja, de seus amigos, de seus
íntimos, pois são, em última instância, os Seus passos.
Que neste
momento solene e auspicioso de renovação de nossa Igreja, que cada um e cada
uma renove em sua vida seu encontro com o Cristo, que nossos encontros e
vínculos celebrem Sua vinda, Sua presença em nosso meio, em especial pela
presença do santo Espírito e da Santa Eucaristia.
Que
tenhamos a graça e a proteção Dele para renovarmos a cada dia o amor e a paixão
pelo Seu caminho, Sua Palavra, Seu agir.
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