Pare!
Pare tudo e me diga.
Quem és tu?
Eu e você, você e eu, quem
afinal, somos?
Somos a mente? Mente e corpo,
diria Descartes.
Um dualismo tosco, perverso,
pequeno.
Um corpo a satisfazer-se,
opúsculo do prazer.
Uma mente, atônita, mergulhada
num corre corre, a perder-se em devaneios. Devaneios exigentes, o Mercado exige!
O shopping chama, reclama tua ausência. Uma mente gelatinosa, que se perde na
internet, em instantaneidades. Uma mente midiática, culturalmente submissa.
Uma mente fraca, mas arrogante,
que se diz materialista, mas imersa e escrava de abstrações, em prazeres
fugidios, sem espaço para a vida, para a poesia, para o encontro, para o amor,
para Deus.
Em poucas palavras, quem és tu?
E, se puderes acordar deste sono
profundo e se deparar consigo mesmo e realizar que não és a mente? Quem, porventura, tu és?
A partir de onde tu te defines?
Eu, insano poeta, aprendiz de
teólogo, profeta com causa, que digo que sou?
Uma pessoa que faz poesia em
corpos, para produzir saúde – sou acupunturista! Que vende sonhos a mentes,
para produzir corpos éticos e presentes.
Uma definição heterodoxa, de um
louco, louco cheirador – de pó de livros – perigoso viajante, crítico e
alucinado, a peregrinar por aí, num mundo concreto a objetivar-se, uma
dialética que é Sua.
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