APRESENTAÇÃO

Textos e silêncios pretende ser um espaço reflexivo ecumênico, fundamentalmente voltado para a vida concreta das pessoas a partir de textos e livros, mas também do caminhar contemplativo e meditativo, da vivência amorosa e solidária dos que, de alguma forma, partilharam comigo suas vidas, dores, sofrimentos e esperanças. A eles - e a vocês - devo a minha vida, o olhar que desenvolvi de existência e a experiência cristã do encontro com o Cristo servidor que nos salva. A eles sou devedor, minha eterna gratidão.

domingo, 24 de junho de 2012

Quem és tu?


Pare!
Pare tudo e me diga.
Quem és tu?
Eu e você, você e eu, quem afinal, somos?
Somos a mente? Mente e corpo, diria Descartes.
Um dualismo tosco, perverso, pequeno.
Um corpo a satisfazer-se, opúsculo do prazer.
Uma mente, atônita, mergulhada num corre corre, a perder-se em devaneios. Devaneios exigentes, o Mercado exige! O shopping chama, reclama tua ausência. Uma mente gelatinosa, que se perde na internet, em instantaneidades. Uma mente midiática, culturalmente submissa.
Uma mente fraca, mas arrogante, que se diz materialista, mas imersa e escrava de abstrações, em prazeres fugidios, sem espaço para a vida, para a poesia, para o encontro, para o amor, para Deus.
Em poucas palavras, quem és tu?
E, se puderes acordar deste sono profundo e se deparar consigo mesmo e realizar que não és a mente? Quem, porventura, tu és?
A partir de onde tu te defines?
Eu, insano poeta, aprendiz de teólogo, profeta com causa, que digo que sou?
Uma pessoa que faz poesia em corpos, para produzir saúde – sou acupunturista! Que vende sonhos a mentes, para produzir corpos éticos e presentes.
Uma definição heterodoxa, de um louco, louco cheirador – de pó de livros – perigoso viajante, crítico e alucinado, a peregrinar por aí, num mundo concreto a objetivar-se, uma dialética que é Sua.

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