APRESENTAÇÃO

Textos e silêncios pretende ser um espaço reflexivo ecumênico, fundamentalmente voltado para a vida concreta das pessoas a partir de textos e livros, mas também do caminhar contemplativo e meditativo, da vivência amorosa e solidária dos que, de alguma forma, partilharam comigo suas vidas, dores, sofrimentos e esperanças. A eles - e a vocês - devo a minha vida, o olhar que desenvolvi de existência e a experiência cristã do encontro com o Cristo servidor que nos salva. A eles sou devedor, minha eterna gratidão.

domingo, 14 de outubro de 2012

Redescobrir a alegria de crer, diz Bento XVI na abertura do Ano da Fé


É necessário dar testemunho da fé fundando cada vida pessoal e a própria vida institucional da igreja - em qualquer denominação - no que é essencial e característico da vida cristã - o amor, que implica numa vida simples, numa solidariedade fraterna com os excluídos, numa igreja pobre, dos pobres, amante e amada. É isso! me irrita os que querem transformar o cristianismo numa promessa de bens e conquistas, esquecendo o serviço e a cruz. Nossas igrejas e nossa vida testemunha, objetivamente, que valores? Aliás, não precisamos de ano da fé mas de amarmos de verdade a Deus nos irmãos.

Redescobrir a alegria de crer, diz Bento XVI na abertura do Ano da Fé

Quinta-feira, 11 de outubro de 2012 - 20h35min
Na manhã desta quinta-feira, 11 de outubro, o papa Bento XVI presidiu a missa de abertura do Ano da Fé. Cinquenta anos depois da abertura do Concílio Vaticano II, a praça de São Pedro recebeu milhares de fiéis do mundo todo.

A celebração também recordou que há 50 anos começava o Concílio Vaticano II. "Eu já estava no seminário na época. E hoje eu estava na mesma Praça São Pedro, no Vaticano, com uma multidão, sob um sol de lascar, para a celebrar a data e o início do Ano da Fé", testemunhou padre Maurício Brandolize, brasileiro que atua em Goiás e que participou da cerimônia.

Bento XVI presidu a Missa com um total de 400 concelebrantes: 80 cardeais, 14 padres conciliares, 8 patriarcas de Igrejas orientais, 191 arcebispos e bispos sinodais e 104 Presidentes de Conferências Episcopais de todo o mundo. Estavam também presentes na Praça São Pedro Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla, e o Primaz da Comunhão Anglicana, Rowan Williams.

O Papa iniciou sua homilia explicando que a celebração desta manhã foi enriquecida com alguns sinais específicos: a procissão inicial, recordando a memorável entrada solene dos padres conciliares na Basílica de São Pedro; a entronização do Evangeliário, cópia do utilizado durante o Concílio; e a entrega, no final da celebração, das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica.

Bento XVI disse que o Ano da fé tem uma relação coerente com todo o caminho da Igreja ao longo dos últimos 50 anos: desde o Concílio, passando pelo Magistério do Servo de Deus Paulo VI, que proclamou um "Ano da Fé", em 1967, até chegar ao o Grande Jubileu do ano 2000, com o qual o Bem-Aventurado João Paulo II propôs novamente a toda a humanidade Jesus Cristo como único Salvador, ontem, hoje e sempre.

Lembrando aquele dia, Bento XVI evocou o Bem-Aventurado João XXIII no Discurso de Abertura do Concílio Vaticano II, quando apresentou sua finalidade principal: "que o depósito sagrado da doutrina cristã fosse guardado e ensinado de forma mais eficaz". Papa Ratzinger revelou aos presentes o que experimentou: "uma tensão emocionante em relação à tarefa de fazer resplandecer a verdade e a beleza da fé no nosso tempo, sem sacrificá-la frente às exigências do presente, nem mantê-la presa ao passado".

Para o Papa, o mais importante, especialmente numa ocasião tão significativa como a atual, é reavivar na Igreja "aquela mesma tensão positiva, aquele desejo ardente de anunciar novamente Cristo ao homem contemporâneo, sempre apoiado na base concreta e precisa, que são os documentos do Concílio Vaticano II".

"A referência aos documentos protege dos extremos tanto de nostalgias anacrônicas como de avanços excessivos, permitindo captar a novidade na continuidade. O Concílio não excogitou nada de novo em matéria de fé, nem quis substituir aquilo que existia antes. Pelo contrário, preocupou-se em fazer com que a mesma fé continue a ser vivida no presente, continue a ser uma fé viva em um mundo em mudança".

De fato - prosseguiu o Pontífice - "os Padres conciliares quiseram abrir-se com confiança ao diálogo com o mundo moderno justamente porque eles estavam seguros da sua fé, da rocha firme em que se apoiavam. Contudo, nos anos seguintes, muitos acolheram acriticamente a mentalidade dominante, questionando os próprios fundamentos do ‘depositum fidei' a qual infelizmente já não consideravam como própria diante daquilo que tinham por verdade".

Portanto, "se a Igreja hoje propõe um novo Ano da Fé e a nova evangelização, não é para prestar honras, mas porque é necessário, mais ainda do que há 50 anos!" - exclamou. "Nas últimas décadas, observamos o avanço de uma "desertificação" espiritual, mas, no entanto, é precisamente a partir da experiência deste vazio que podemos redescobrir a alegria de crer, a sua importância vital para nós homens e mulheres. E no deserto existe, sobretudo, necessidade de pessoas de fé que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a esperança. A fé vivida abre o coração à Graça de Deus, que liberta do pessimismo".

Este, portanto - concluiu Bento XVI - é o modo como podemos representar este ano da Fé: "uma peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão - mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos".

Por fim, o Papa recordou que no dia 11 de outubro de 1962, celebrava-se a festa de Santa Maria, Mãe de Deus. "Que a Virgem Maria brilhe sempre qual estrela no caminho da nova evangelização. Que Ela nos ajude a pôr em prática a exortação do Apóstolo Paulo: ‘A palavra de Cristo, em toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros, com toda a sabedoria... Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus. Por meio dele dai graças a Deus Pai'".
 
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

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